Delegada Katarina Feitoza é desrespeitada enquanto presidia seção na Câmara dos Deputados
A deputada federal tentou manter a ordem durante embate entre parlamentares sobre denúncia contra Bolsonaro.
Por Lorena Correia, da Redação Xodó News
A deputada federal Delegada Katarina (PSD-SE), única mulher na atual composição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, enfrentou dificuldades para conduzir a sessão da quarta-feira, 20, quando parlamentares de oposição e governo entraram em confronto verbal após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante a sessão, a deputada teve suas ordens ignoradas por diversos colegas e, em entrevista posterior, afirmou que refletiu sobre a possibilidade de a situação ter sido influenciada por seu gênero. “Eu queria acreditar que, se fosse um homem ali, seria a mesma coisa”, declarou.
A sessão foi marcada por momentos de exaltação quando o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) utilizou cartazes com as frases “Sem anistia” e “Bolsonaro preso”, provocando reações intensas da bancada bolsonarista. O petista chegou a cobrar mais firmeza da presidente da sessão. “Presidente, tem que ter autoridade nesse momento”, reclamou.
Apesar de acionar a campainha 17 vezes ao longo de quase meia hora, a deputada não conseguiu conter o tumulto. A sessão foi suspensa após recomendação do presidente da Casa, Hugo Motta, que, ao assumir a condução, exigiu mais decoro dos parlamentares.
Após o encerramento, Katarina avaliou que sua postura foi correta e afirmou que, caso reagisse de maneira mais enérgica, poderia ser taxada de “louca”. “Se eu gritasse, diriam que eu estava descontrolada. Preferi manter o equilíbrio e a compostura”, concluiu.